Dos Passos; tortos ou calmos,
futuro a vida, calma ou torta
inútil correr, caminho é tempo
elástico plástico embora pleno.
Dos Passos, o silêncio.
Plenitude ilusória de sons,
a plenitude desértica da paz
parece pesada, mas miragens
são aceitas, não ilusões reais
mas reais ilusões. Gás.
Dos Passos, qualquer coisa.
Há coisas que impedem.
Dos Passos, dois passos.
Para que não precise de pernas
ou de pegadas. Para que
apenas a paisagem não seja de passagem.
domingo, 31 de julho de 2011
sexta-feira, 29 de julho de 2011
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Rurália I
Sim, teve uma pedra no meio do caminho
e ela era um espinho e atravessou meu sapato
e quase furou meu pé.
Ela ficou presa no sapato
e depois de dois passos leves,
senti que havia algo incômodo.
Encontrei-a e tirei-a,
me agachei no barro
e finquei ela no chão.
O espinho que podia ter me ferido
não vai ferir mais ninguém,
e em troca do favor eterno
eu ganhei a consciência da ferida.
domingo, 17 de julho de 2011
o que sobre o quê?
É claro que os pássaros voam sem intenção
cantam sem intenção
pousam sem intenção
me olham sem intenção
morrem sem intenção
Claro que os pássaros
não temem a morte
por não saberem o que ela é
ou por não saberem que morrerão
vivem, vivem, vivem,
sem precisar pensar
sem precisar sonhar
Os homens vivem
com sonhos sem direção
tentam esquecer em vão
que há morte em cada passo
Os homens existem
pensando sobre o pão
que hão de comer,
para viver e errar o morrer
cantam sem intenção
pousam sem intenção
me olham sem intenção
morrem sem intenção
Claro que os pássaros
não temem a morte
por não saberem o que ela é
ou por não saberem que morrerão
vivem, vivem, vivem,
sem precisar pensar
sem precisar sonhar
Os homens vivem
com sonhos sem direção
tentam esquecer em vão
que há morte em cada passo
Os homens existem
pensando sobre o pão
que hão de comer,
para viver e errar o morrer
sexta-feira, 8 de julho de 2011
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Nada, Eu, Eles, Nós I, Nós II e Eu.
tomo um copo de leite
como antes -
as distâncias
(somente)
mudaram.
Eu.
esperando o carro
desejando ter mudado
apenas o suficiente
para não ser reconhecido
por ninguém.
Eles.
chegam, param,
xingam, riem,
oferecem uma
nova xícara de café
mas eu já tinha tomado.
Nós I.
terminamos o café velho
não conseguimos tocar
e decidimos fazer coisa qualquer
Nós II.
terminamos o café
não conseguimos tocar
e decidimos não mais fazer
Eu.
chego em casa
tomo um copo de leite
e espero pela manhã
hoje amanhã depois
todos os dias até
dia qualquer quando
possa tomar um café
como antes -
as distâncias
(somente)
mudaram.
Eu.
esperando o carro
desejando ter mudado
apenas o suficiente
para não ser reconhecido
por ninguém.
Eles.
chegam, param,
xingam, riem,
oferecem uma
nova xícara de café
mas eu já tinha tomado.
Nós I.
terminamos o café velho
não conseguimos tocar
e decidimos fazer coisa qualquer
Nós II.
terminamos o café
não conseguimos tocar
e decidimos não mais fazer
Eu.
chego em casa
tomo um copo de leite
e espero pela manhã
hoje amanhã depois
todos os dias até
dia qualquer quando
possa tomar um café
sexta-feira, 1 de julho de 2011
o tato
o cão uiva à lua
o chapim.
o tato redescoberto
em plena luz
pronunciado
pelo fim do toque
pronunciado pelo fim,
ele recomeça
o cão uiva à lua
mas entre o uivo
voa o chapim.
tchim
dchick
tchrê
o chapim.
o tato redescoberto
em plena luz
pronunciado
pelo fim do toque
pronunciado pelo fim,
ele recomeça
o cão uiva à lua
mas entre o uivo
voa o chapim.
tchim
dchick
tchrê
Assinar:
Postagens (Atom)