sábado, 5 de novembro de 2011

força

estoura uma corda
estoura um choro

antes as risadas,
tristes risadas
no quarto, na sala
erradas, esforçadas.

ele ainda não chegou
o outro está na cama
e nós estamos juntos,
mas o peso é solitário.

medo existe,
as despedidas cessarão
períodos de espera.

ouço da cozinha
a tentativa de vida
vejo daqui
o quanto dói

banheiro, cozinha
quarto, sala
não há cenário antagônico
há heróis vilões

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Gaivota Gaitova

A gaivota espreita silenciosa e presente.
"Seremos os únicos aqui que terão vida",
disseram eles e cubriram gaia com asfalto.

Acharam necessário também destruir muitas coisas,
pra então conseguirem ver algo que não os enjaulasse a visão,
então cortaram tudo o que viram, pra poderem ver quilômetros.

A gaivota espreita silenciosa e onipresente.
- Levará sem escolha o fardo da morte,
e o viverá a cada segundo, sem exceção.

- Sonhará mil realidades e não conviverá com a sua,
terá milhões de coisas e não suportará seu próprio ser;
e, por fim, beatificará toda e qualquer imagem.