para thyago m. villela
eu sempre tentei ser franco
mas às vezes preciso roubar a franqueza da música
que um gesto não foi capaz de ter
hoje eu faço isso
perdi as maneiras de gesto
então só ouço e se algumas lágrimas tomam o caminho do rosto
me esforço por me romper e enxugá-las com a mão
tem sido variável infinitamente doloroso
mas isso é óbvio
cansa de doer e não passa
não passa mesmo
eu precisava de algo ou alguém
ou de mim mesmo
que incendiasse minha luz
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
não sei dizer se minhas mãos estão frias
há menos sentido agora
do que jamais teve isso de
forçar uma felicidade
já não faço a menor ideia de quem sou
ou de quem é meu pai, meu irmão
porque também eles não se sabem
então, eu reencontro a tristeza
diariamente, não uma lembrança
mas uma verdade inevitável
do mesmo modo como me surgem as coisas esquecidas
o pão carinhoso da manhã de sábado
o corpo da barata morta da tarde bêbada de domingo
ainda
há menos sentido agora do que jamais teve
já não se pode chorar pelas lágrimas
tão sólidas que não escapam
não fluem
do que jamais teve isso de
forçar uma felicidade
já não faço a menor ideia de quem sou
ou de quem é meu pai, meu irmão
porque também eles não se sabem
então, eu reencontro a tristeza
diariamente, não uma lembrança
mas uma verdade inevitável
do mesmo modo como me surgem as coisas esquecidas
o pão carinhoso da manhã de sábado
o corpo da barata morta da tarde bêbada de domingo
ainda
há menos sentido agora do que jamais teve
já não se pode chorar pelas lágrimas
tão sólidas que não escapam
não fluem
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