segunda-feira, 13 de agosto de 2012

não sei dizer se minhas mãos estão frias

há menos sentido agora
do que jamais teve isso de
forçar uma felicidade

já não faço a menor ideia de quem sou
ou de quem é meu pai, meu irmão
porque também eles não se sabem

então, eu reencontro a tristeza
diariamente, não uma lembrança
mas uma verdade inevitável

do mesmo modo como me surgem as coisas esquecidas
o pão carinhoso da manhã de sábado
o corpo da barata morta da tarde bêbada de domingo

ainda

há menos sentido agora do que jamais teve
já não se pode chorar pelas lágrimas
tão sólidas que não escapam
não fluem

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