terça-feira, 17 de abril de 2012

dez e meia

estive exilado de mim mesmo
e fiquei em casa.
depois de um dia inteiro
vivido como criança,
percebido como protagonista aventureiro de um conto infantil
no sábado eu acordei crescendo
olhei para o guarda-roupa, colorido,
cheio de bolinhas azuis verdes amarelas e principalmente vermelhas
esperei atento, entre sonos e sonhos, o sol bater em sua porta,
quando o sol bate na porta do guarda-roupa, são 10:30.

acordei com o sol batendo na porta um pouco além das 10:30
concretizei e abstraí certas coisas que precisavam de uma ajuda
depois foi só comer pastel e beber garapa
e dormir.

acordei leve no domingo, e na segunda ainda mais
hoje, andei até aqui e aqui estou
caminhava enquanto pensava sobre os carros
que se acham mais normais que o pedestre
o pedestre que anda é que é anormal,
não deviam existir

um deles parou na faixa branca
perguntei - em minha mente - ao motorista:
qual o nome disso senhor? - apontando pro chão
o senhor respondeu - a faixa de pedestres.
- o que eu sou senhor?
- um pedestre.
- logo?
e na minha mente ele pediria desculpas
e me daria uma carona até aqui.

mas minha mente
como sempre
só funciona pra mim