segunda-feira, 26 de abril de 2010

Ode ao Caminhão de Lixo

xxxxEis que surge, na podridão
xxxxda cidade.
xxxxUm caminhão
xxxxfedendo nobremente.

xxxxSe contorce entre ruas
xxxxdeixando soldados com meias até os joelhos:
xxxxcorrem e voltam,
xxxxtrazendo em sacolas
xxxxo que restou dos homens.

xxxxEscondida sob falsos
xxxxaromas,
xxxxa sociedade curva-se
xxxxdiante da verdade.
xxxxEle assume seu cheiro
xxxxorgulhosamente
xxxxe

xxxxalém,
xxxxse encarrega
xxxxde consumir o desprezado, e n s a c a d o .
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxNo fim do dia, os soldados voltam para suas casas, cansados, suados, fedendo a realidade em cada centímetro do corpo.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxJá o caminhão, se estaciona, satisfeito e seguro, é o padre do asfalto, livrando todas as famílias do pecado da elegância: o fedor.

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