quarta-feira, 23 de junho de 2010

Carta aos tais Poetas

que coisas são essas,
meus amigos?
me sinto traído

vocês se enchem de imagens
quando só precisam de palavras

mergulham em amores
e jogam fora as bóias de tédio

sejam mais discretos
e sejam mais indiscretos
por favor

não se escondam
nessa carcaça cheirosa
com medo de tudo
e do mundo

e não me deixem
xingar vocês assim

não!
respondam,
façam um poema de volta
adorarei ler seu ódio
pelo menos
saberei que é sincero

parem com o amor
abandonem
sim, já chega
acho que vinicius de moraes
já falou o suficiente

mais do que o suficiente
ele gritou excessivamente
sobre amor
eu não aguento mais

o amor é pra amar
vocês estão fazendo errado
tudo errado
me desculpem

vocês estão vivendo errado
justo vocês
justo nós
carpe diemistas de primeira

sim, sou abstêmio
mas morro de ódio
e meu ódio me embriaga

vocês bebem
e amam como babacas
de que adianta?

me xinguem
não aceitem essa ofensa
você, garoto ou garota,
que faz poemas para o amado
ou a amada

não pense que não é com você
é com você sim
aprenda a amar
aprenda o valor do amor

eu não vou ensinar
só se aprende o valor do amor
quando se está enriquecido de ódio.

colerizem.

obrigado,
um idiota
(eu pelo menos assumo).

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