quarta-feira, 8 de setembro de 2010

exceção

nem todo veludo é azul
nem todo céu é azul
nem toda lua é cheia
nem toda nuvem é cinza
nem todo verão é quente
nem toda academia é brasileira de letras
nem toda xícara é de café ou de chá
nem todo livro é de bolso
nem todo testamento é velho ou novo
nem todo sequestro é relâmpago
nem todo hotel tem sequer uma estrela
nem todo católico é apostólico menos ainda romano
nem todo domingo é sangrento
nem toda sexta-feira é treze
nem todo agosto é do cachorro louco
nem todo dia é das mães
nem todo feliz é ano novo
nem toda busca é pelo cálice sagrado
nem toda medalha é de honra ao mérito
nem toda impressão é digital
nem todo soneto é de vinicius de moraes
nem toda casa é muito engraçada
nem toda carteira é de trabalho
nem todo trabalho é temporário
nem todo tempo é agora

quero sair,
mas me sinto preso à minha forma

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