quarta-feira, 30 de maio de 2012

antilogia poética II

III.
O tempo nos mostra como ele é, ou melhor,
o que ele faz, com o auxílio da tecnologia.

Como quando a gente acelera o vídeo,
e as pessoas e suas vozes ficam miúdas,
finas, indistinguíveis e indecifráveis.

O tempo faz isso;
transforma nossas palavras em assovios.

IV.
janelas são espelhos
sem fim,
mas portas são espelhos
distantes.

I.
enquanto isso, eu tenho
este grande pressentimento
de que esta avenida só se movimenta
quando eu me movimento.

II.
Ventou forte na gaiola,
na vida também,
que chacoalhou ela e o pássaro,
que devolvia ao mundo seu alpiste,
agora de outra forma.

Ventou que a outra forma voou
pra fora da gaiola, e caiu no chão.
jaz uma bosta livre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário